Plataformização da Educação Pública Paranaense nas gestões de Ratinho Jr.: entre o controle digital e a privatização escolar
Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar as políticas educacionais implementadas na rede pública estadual do Paraná durante as gestões de Ratinho Jr. (2019-2022; 2023-2025), com ênfase na intensificação da lógica neoliberal. Parte-se da premissa de que tais políticas não podem ser compreendidas de forma isolada, mas sim no interior das transformações estruturais do mundo do trabalho, marcadas pela flexibilização, informalidade e desregulamentação, características centrais da reestruturação produtiva do capital em sua fase neoliberal. Um dos focos da análise recai sobre o processo de plataformização do ensino, que tem produzido formas crescentes de precarização do trabalho docente e aprofundado os mecanismos de controle e vigilância nas escolas públicas. Para sustentar a análise, adota-se como referencial teórico-metodológico a categoria de totalidade, com base na tradição marxista, o que permite a articulação crítica entre os múltiplos determinantes que estruturam os fenômenos sociais. A partir desse enquadramento, entende-se que as políticas educacionais em curso integram um projeto mais amplo de redefinição do papel do Estado e de desmonte de direitos sociais historicamente conquistados. O artigo também discute o papel estratégico das organizações sindicais frente a esse cenário, com especial atenção à atuação da APP-Sindicato. Nesse aspecto, retoma-se pela relevância que tem para a política que analisamos o Programa de Formação Político-Sindical e Educacional promovido entre 2007 e 2014. Defende-se, por fim, que a formação político-sindical é um instrumento indispensável para o fortalecimento da ação coletiva e da resistência organizada contra o avanço das políticas neoliberais na educação.
Copyright (c) 2025 Donizete Aparecido Fernandes

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