Gestão e inclusão escolar em tempos de eficiência: o custo do silêncio participativo
Resumo
Este artigo se propõe a analisar criticamente, práticas de inclusão escolar na educação básica da escola pública, com foco nas articulações e desencontros entre gestão educacional, prática docente e participação das famílias de estudantes com deficiência. Esta pesquisa qualitativa se desenvolveu por meio de entrevistas, nas quais participaram: duas mães, uma professora, uma pedagoga, uma profissional de apoio pedagógico e um gestor, com objetivo de compreender como as políticas de inclusão se concretizam no cotidiano escolar. Os resultados revelam as contradições entre os princípios legais e a realidade institucional, evidenciando fragilidades na formação docente, precarização dos serviços de apoio, escuta seletiva e enfraquecimento dos espaços participativos. A gestão escolar, opera sob uma lógica gerencial que privilegia metas e eficiência, muitas vezes em detrimento da democracia, das condições estruturais e simbólicas necessárias ao pertencimento dos estudantes e de suas famílias. Em diálogo com autores como Cury, Dourado, Ferreira, Freitas, Kuenzer, Mendes, Saviani e outros, o estudo reforça que a inclusão escolar necessita superar a concepção limitada do direito de matrícula, a fim de alcançar a escuta ativa e participação efetiva. Ao problematizar os efeitos da racionalidade gerencial sobre os processos inclusivos, o artigo propõe repensar a gestão escolar como espaço de mediação política e construção coletiva. Nesse contexto, a inclusão permanece como um campo de disputa entre projetos de sociedade, e seu avanço depende do enfrentamento cotidiano ao silêncio participativo imposto pela lógica da eficiência.
Copyright (c) 2025 Silvana Elisa de Morais Schubert

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