Dignidade da Criança: Um Desafio para a Educação Inclusiva
Resumo
Parte-se do princípio de que a inclusão escolar exige olhar o ser humano criança de modo singular e pensá-la com dignidade humana. Significa acolher crianças em seu ser e fazer, sem perder admiração por cada uma delas. O objetivo da pesquisa foi investigar dificuldades e possibilidades para criar ambientes de acolhida e aceitação que desenvolvam a dignidade humana em crianças do ensino fundamental em contextos de educação inclusiva. Colaboraram na pesquisa professoras e alunos das redes particular e municipal de SMOeste/SC. A investigação qualitativa utilizou como instrumento de coleta de dados a entrevista com questões semi-estruturadas. Os dados foram organizados em três categorias de reflexão. Como resultados destacam-se: a existência de dificuldades para acolher e aceitar crianças; que o uso recorrente de linguagens depreciativas destrói a dignidade e, seu impacto é duradouro, por criar imaginários de invalidação do ser da criança; que a cultura dominante silencia falas, sedimenta relações de desconfiança e controle. Conclui-se que: o atual modo de vida carrega pré-conceitos que dificultam a aceitação do outro; que a dignidade humana e em particular a da criança se realiza na convivência; que a educação inclusiva tem como desafio recuperar a sensibilidade pela dignidade individual e social de crianças; que incluir é reconhecer a singularidade e a pluralidade nos atos de acolhida.
Referências
UFMG. 2002.
ARENDT, H. A condição humana. 6ª ed. R.J.: Forense Universitária. 1993.
ASSMANN, H. Reencantar a educação: rumo à sociedade aprendente.
Petrópolis: Vozes 1998.
ASSMANN, H. e MO SUNG, Y. Competência e sensibilidade solidária: educar
para a esperança. Petrópolis: Vozes, 2000.
BAUMAN, Z. Vidas desperdiçadas. R.J.: Jorge Zahar, 2005.
CANDIOTTO, C. A subjetivação ética como desgoverno biopolítico da
vida humana. In: Revista do Instituto Humanitras Unisinos. S. Leopoldo/RS,
21/09/2010. EDIÇÃO 344.
COSTA, S. G. A cultura do empreendedorismo na educação. In: Revista do
Instituto Humanitras Unisinos. S. Leopoldo/RS, 21/09/2010. EDIÇÃO 344.
FERNÁNDEZ, N. M. G. É possível uma teologia da ternura? In: Perspectiva
Teológica Ano XLII nº 116. Jan/abril. Belo Horizonte: Editora O Lutador,
2010 - p. 45/75.
HANNOUN, H. Educação: certezas e apostas. São Paulo: Unesp, 1998.
LOPES, M. C.; LOCKMANN, K.; HATTGE, M. D. A articulação entre inclusão
e biopolítica. In: Revista do Instituto Humanitas Unisinos. S. Leopoldo/RS,
21/09/2010. EDIÇÃO 344.
LUCKESI. C. C. Avaliação da aprendizagem na escola. Salvador: Malabares
Comunicações e Eventos, 2003.
MANTOAN, M.T. E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? S. P.:
Moderna, 2006.
MATURANA, H.; REZEPKA, S. N. Formação humana e capacitação. Petrópolis:
Vozes, 2000.MATURANA, H.; VARELA, F. A árvore do conhecimento. Campinas: Psi,
1995.
MATURANA, H. Emoções e linguagens na educação e na política. 4ª Reimp.
Belo Horizonte: UFMG, 2005.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. MEC. Brasília, 1997.
RATZINGER, J. O cisma do século 21. Disponível em: http://www1.folha.uol.
com.br/fsp/mais/fs2404200509.htm. Acesso em 09/2005.
SANTOS, B. S. A crítica da razão indolente, V. 1, São Paulo: Cortez, 2000.
SASSAKI R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 7 ed. R.J.:
WVA, 2006.
SENGE, P. Escolas que aprendem. Porto Alegre: Artmed, 2005.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons* que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
*Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.