Etnografia em Movimento como Possibilidade para a Interpretação da Experiência Estética da Natureza

  • Valéria Ghisloti Iared

Resumo

A caminhada é um meio metodológico emergente nas ciências sociais que afetivamente e espacialmente expande o potencial de interpretação fenomenológica das dimensões incorporadas da experiência vivida em diferentes ambientes e seus contextos. Neste estudo etnográfico da sensível, examinamos como o movimento através da caminhada no Cerrado é uma ontologicamente e epistemologicamente gerador na produção corporal de significados ambientalmente afetivos. Para esse fim, um grupo de oito pessoas, já conhecido pela pesquisadora, foi convidado a fazer uma caminhada de três horas no Cerrado. A pesquisadora acompanhou e testemunhou a experiência de quatro pessoas (entre as oito). Para representar os sentimentos e as emoções desta experiência, quatro (eco) narrativas descrevem a experiência estética desses quatro participantes. A partir dessas narrativas, foram elencadas quatro respostas afetivas durante a caminhada: a-) variações de flora e fauna; b-) mosaico de paisagem; c-) clima e estação e d-) detalhes e imensidade do Cerrado. Neste estudo sobre a experiência estética do Cerrado, é enfatizado a contribuição eco / somaestética para uma ética ambiental da educação ambiental. Outras técnicas de coleta e análise de dados são recomendadas para abranger a dimensão (eco)política dos participantes.

Publicado
2018-07-12
Como Citar
IARED, V. Etnografia em Movimento como Possibilidade para a Interpretação da Experiência Estética da Natureza. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 13, n. Especial, p. 184-203, 12 jul. 2018.