Paulo Freire e a formação de sujeitos sociopolíticos
Resumo
Este trabalho realiza um estudo sobre o papel dos sujeitos sociopolíticos nos processos de mudança e transformação da realidade sociocultural, econômica e política na realidade brasileira a partir de dois eixos: a educação popular (EP) e a obra de Paulo Freire. Parte-se do exame das concepções e contribuições de Paulo Freire à EP, a partir dos anos 70 do século passado, acompanhando as diferentes ênfases dadas à EP ao longo das décadas. O estudo revela que as mudanças operadas nas metodologias de trabalho desenvolvidas pela EP passaram do trabalho de organização e desenvolvimento da consciência social de sujeitos coletivos em áreas problemas, para o trabalho com grupos sociais não organizados, em áreas temáticas específicas. A nova forma visa alterar o comportamento e as atitudes dos indivíduos de sorte que ele adquira uma nova cultura, onde há destaque para a aprendizagem de novas habilidades e capacidades para melhorar sua situação econômica, via processos de desenvolvimento auto-sustentável. Essa mudança alterou o sentido da ação social coletiva. No novo contexto, o método de Paulo Freire continuou a ser uma referência, pois nele estão presentes muitos dos princípios delineados nas reformulações da EP: destaca a cultura e a dialogicidade do ato educativo. Entretanto, sua utilização a partir dos anos 90 ocorreu - menos pela sua dimensão política-participante e mais pela sua dimensão de “empowerment” dos indivíduos e grupos de uma comunidade, gerando um processo de incentivo às potencialidades dos próprios indivíduos para melhorarem suas condições imediatas de vida, promovendo o “empoderamento” da comunidade, com a mediação de agentes externos: os novos educadores atores fundamentais na organização e o desenvolvimento dos projetos. Mas o perfil e os objetivos da formação desses educadores (as) populares se alterou também. Portanto, no novo cenário, Paulo Freire passou a ser mencionado não por seu lado político - de desenvolvimento de uma consciência nos cidadãos para que aprendam a fazer leitura de mundo.
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