Políticas públicas de EJA no campo: do direito na forma da lei à realização precária e descontinuidade

  • Eliane Dayse Pontes Furtado

Resumo

Os mais distintos espaços sociais no Brasil vêm sendo afetados, diretamente, a partir do processo de “globalização”, pelas mudanças freqüentes, ocorridas na sociedade. A promoção do desenvolvimento do campo vem enfrentando dificuldades que merecem ser tratadas de modo a que construam estratégias capazes de neutralizar os efeitos perversos, advindos dessa “mundialização da economia”, que refletem diretamente na educação. O analfabetismo é um dos mais graves e persistentes sintomas desta situação, que afeta diretamente o crescimento e desenvolvimento sustentável do campo. Este trabalho resulta de reflexões realizadas a partir dos dados da pesquisa, apoiada pelo CNPq: A Educação do Campo: a educação de jovens e adultos (EJA) e as políticas compensatórias. O direito à educação foi, ao longo dos anos, negado às classes mais pobres da população brasileira, dando origem à luta por uma educação que respeite e atenda as necessidades dos povos do campo. O mesmo ocorre com a EJA, considerada como modalidade de educação, foi historicamente, marcada pela ausência de políticas públicas definidoras de ações sistemáticas e contínuas, cujas práticas, no Brasil, desde os seus primórdios têm sido caracterizadas por experiências pontuais e descontínuas, e pelo descaso governamental. A busca incessante dos últimos governos, através de suas políticas de universalização do ensino fundamental, não assegurou a permanência e a continuidade exitosa dos estudos de jovens e adultos que a ela recorrem. A dimensão sócio-cultural da escolarização, nunca foi valorizada no sentido da emancipação, não considerando as mediações entre a cultura popular e a escolarizada, como possibilidades surgidas das interações entre os atores sociais e o currículo em uso.

Publicado
2018-11-06
Como Citar
DAYSE PONTES FURTADO, E. Políticas públicas de EJA no campo: do direito na forma da lei à realização precária e descontinuidade. CADERNOS DE PESQUISA: PENSAMENTO EDUCACIONAL, v. 4, n. 8, p. 14, 6 nov. 2018.