Ética e estética: confrontos entre a Teoria Crítica da Sociedade e o pós-moderno
Resumo
O escopo do artigo é analisar a relação entre ética e estética na proposição pós-moderna. A indagação refere-se ao papel da sensibilidade estética na constituição de um juízo prático atribuído por Lyotard e às consequências de uma estetização do mundo e do conhecimento, nos termos lyotardianos,
para a formação ética e estética. O referencial teórico fundamenta-se nas reflexões de Walter Benjamin, Herbert Marcuse e Theodor W. Adorno. Embora suas análises da vida contemporânea apresentem inúmeros aspectos em comum, tais como a influência do mercado na arte e a superestimulação da vida urbana, diferentemente de Lyotard, a Teoria Crítica argumenta que o ideal de emancipação ainda deve ser mantido. A partir da ideia de que o homem moderno pode ser descrito como formado por uma cultura de massa,
a investigação dos filósofos frankfurtianos demonstra haver a possibilidade de outra forma de ver e intervir na contemporaneidade.
Palavras-chave: Ética. Estética. Pós-moderno. Teoria Crítica da Sociedade.
Referências
ADORNO, Theodor W. A arte é alegre? In: PUCCI, B. et al. Teoria estética e educação. Campinas/ Piracicaba: Autores Associados/ Unimep, 2001b. p. 11-18.
ADORNO, T. Teoria da semicultura. Educação e Sociedade, n. 56, dez. 1996, p. 388-411.
ADORNO, Theodor W. Teoria estética. Lisboa: Edições 70, 1982.
ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
ANDERSON, Perry. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. p. 9-10.
BENJAMIN, Walter. A modernidade e os modernos. Tradução de Heindrun Krieger Mendes da Silva, Arlete de Brito e Tânia Jatobá. 2. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2000.
______. Charles Baudelaire um lírico no auge do capitalismo. Obras escolhidas III. São Paulo: Brasiliense, 1989.
CONNOR, Steven. Cultura pós-moderna: introdução às Teorias do Contemporâneo. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola. 1993.
DUARTE, R. Teoria crítica da indústria cultural. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
DUARTE, R. Mimesis e racionalidade. São Paulo: Loyola, 1993.
EAGLETON, Terry. De onde vêm os pós-modernistas? In: WOOD, E. M. & FOSTER, J.B. (Org.). Em defesa da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 23-32.
GINZBURG, Carlo. Relações de força: história, retórica, prova. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
KUMAR, K. Da sociedade pós-industrial à pós-moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
LOUREIRO, Robson. Considerações sobre a filosofia de Theodor Adorno e o pós-moderno. Educação e realidade, v. 34, n.1, p.175-190, jan./abr. 2009.
______. Aversão à teoria e indigência da prática: crítica a partir da filosofia de Adorno. Educação & Sociedade. Campinas, vol. 28, n. 99, p. 522-541,
maio/ago. 2007.
LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. 12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.
LYOTARD, Jean-François. Answering the question: what is postmodernism?In: DOCHERTY, T. (Org.). Postmodernism: a reader. Harvester Wheatsheaf: Great Britain, 1993a. p. 38-46.
LYOTARD, Jean-François. Moralidades pós-modernas. Campinas: Papirus, 1996.
LYOTARD, Jean-François. Notes on the meaning of “Post-”. In: DOCHERTY, T. (Org.). Postmodernism: a reader. Harvester Wheatsheaf: Great Britain, 1993b. p. 47-50.
MARCUSE, Herbert. A dimensão estética. Lisboa: Edições 70, 1986.
MARCUSE, Herbert. A ideologia da sociedade industrial: o homem unidimensional. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1979.
MARCUSE, Herbert. Eros e civilização: uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. 7. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.
MARCUSE, Herbert. Razão e revolução: Hegel e o advento da teoria social. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
MARCUSE, Herbert. Sobre o caráter afirmativo da cultura. In: MARCUSE, H. Cultura e Sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006. p. 89-137.
NAGEL, Thomas. A última palavra. São Paulo: UNESP, 2001.
PARAÍSO, Marlucy A. Pesquisas pós-críticas em educação no Brasil: um esboço de um mapa. Cadernos de pesquisa, São Paulo, v. 34, n. 122, p. 238-303, maio/ago. 2004.
SEVERINO, A. J. Filosofia da educação no Brasil: esboço de uma trajetória. In: GHIRALDELLI JR., P. (Org.). O que é filosofia da educação? Rio de Janeiro: DP&A, 1999. p. 267-328.
SOKAL, Alan; BRICMONT, Jean. Imposturas intelectuais. Rio de Janeiro: Record, 1999.
WIGGERSHAUS, R. A escola de Frankfurt. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
WOOD, Ellen M. O que é a agenda “pós-moderna”? In: WOOD, E. M. & FOSTER, J.B. (Org.). Em defesa da história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1999. p. 7-22.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons* que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
- Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados. Para maiores informações sobre esta abordagem, visite Public Knowledge Project.
*Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.